Imagem da internet

Letras na Sopa

Eis que! Cá estamos eu, eu mesmo e outros eus, não bem aqui, mas assim de lado, de refúgio ou refluxo de ideias, por graça e força de muitos uns e zeros, na aparente essência de letras, acentos, pontuações e espaços num ensopado virtual.

Chego sem pedir licença nem permissão, apenas por ocasião de. E vou tentando navegar o rio de sons e imagens que corre dentro de mim, fluindo por entre tempos, brechas, sustos e sopros, numa espiral rumo a uma galáxia distante cujo centro está no meio do peito.

Obscuro? Não, apenas um arroubo poético, quase patético, para afinar o tom. Quem quiser ler, quiçá. Qui sait? Não prometo assiduidade, simpatia ou samba-no-pé. Apenas expressão de desejos literários: ler, ter, vários. A quem abrir esta página, um pedido: se gostar, comente e recomende; se não gostar, poetize.


Vicente Saldanha

quarta-feira, 20 de novembro de 2013










na parede pichada
mensagem pública e cifrada
de palavras fixas e inquietas:
poesia concreta

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Troca-se

Troco um lugar
na plácida  Eternidade
pela eterna
intensa efemeridade
do meu lugar.

corda bamba


veja os tênis suspensos no cabo de eletricidade

balançam ao vento
na corda bamba
entre corpos de garotos
e pesadelos de homens

a visão inusitada
é claro sinal de alerta:
quem anda nesta corda bamba
cai somente uma vez

os calçados pendurados
como despojos de guerra
são gritos mudos das sombras
de quem não mais será jovem

agora os corpos crivados
de balas
numa várzea de terra

os sonhos descalços
jogando bola
numa várzea de nuvens

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sci Fi

Tempo. Sem querer, pisou num portal do

(Inspirado num miniconto de Alan Moore)

domingo, 7 de abril de 2013

Chocolate


O assalto veio rápido. Sozinho na parada do ônibus, sem jantar, tirou um chocolate de uma caixa e começou a comer. Mal teve tempo de ver o sujeito aproximando-se do lado:

- Fica frio e passa a grana, senão eu te queimo!

Com o susto, derrubou a caixa de chocolates. O assaltante apanhou-a do chão e pegou alguns. Ele procurou a carteira, mão trêmula. O ladrão comeu um chocolate, depois outro, ar debochado. Enquanto ele pegava a carteira, o semblante do outro mudou: seus olhos fecharam-se, quase desenhou-se um sorriso na boca, suspirou. Deu meia-volta e foi embora sem dizer nada.

Ele escapou por um Bis.
Depois da chuva, o por do sol
inunda o morro:
favela banhada em ouro.