Imagem da internet

Letras na Sopa

Eis que! Cá estamos eu, eu mesmo e outros eus, não bem aqui, mas assim de lado, de refúgio ou refluxo de ideias, por graça e força de muitos uns e zeros, na aparente essência de letras, acentos, pontuações e espaços num ensopado virtual.

Chego sem pedir licença nem permissão, apenas por ocasião de. E vou tentando navegar o rio de sons e imagens que corre dentro de mim, fluindo por entre tempos, brechas, sustos e sopros, numa espiral rumo a uma galáxia distante cujo centro está no meio do peito.

Obscuro? Não, apenas um arroubo poético, quase patético, para afinar o tom. Quem quiser ler, quiçá. Qui sait? Não prometo assiduidade, simpatia ou samba-no-pé. Apenas expressão de desejos literários: ler, ter, vários. A quem abrir esta página, um pedido: se gostar, comente e recomende; se não gostar, poetize.


Vicente Saldanha

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um cinamomo

Um cinamomo amarelo no caminho de árvores pouco verdes. Um cinamomo só, exuberante, faceiro e orgulhoso, ousadia de cor na manhã cinzenta e úmida, alegria radiante contrastando com o opaco ao seu redor.

A rua ainda preguiçosa na manhã de inverno: casas, portões, janelas, umbrais calados e sonolentos. E a árvore de folhas amarelas espreguiçando-se para o novo dia, refletindo a luz leitosa e iluminando a rua.

A árvore se dá de graça para quem quiser vê-la, para quem quiser diminuir o passo apressado ou mirar pela janela do auto.

O conamomo está em seu lugar de sempre, mas não é a mesma árvore da semana passada. Capta meu olhar surpreso, que também não é o mesmo. E segue sua viagem rumo ao ser árvore apenas, mais uma árvore, e ao mesmo tempo única.