Marco sempre foi
estressado. Irrita-se por qualquer coisa. O menor contratempo o deixa nervoso, contrariado, resmungando. Várias vezes já tive de acalmá-lo,
lembrar-lhe dos perigos de um infarto.
Estamos nos
aprontando para ir ao clube, treinar um pouco. A manhã nublada deu lugar a um
céu de chumbo, um ar sufocante. De repente, clarões e estrondos. Olho pela janela da sala: uma
chuva de meteoritos cai sobre a cidade, bolas de fogo com caudas flamejantes atingem prédios, ruas e parques, desintegrando tudo em seu caminho. Já se pode sentir um vento carregado de enxofre e desolação.
Marco sai do
quarto, rosnando:
- Que saco! Não
acho a carteira do clube!
- Calma, meu
bem. Isso não é o fim do mundo...