Imagem da internet

Letras na Sopa

Eis que! Cá estamos eu, eu mesmo e outros eus, não bem aqui, mas assim de lado, de refúgio ou refluxo de ideias, por graça e força de muitos uns e zeros, na aparente essência de letras, acentos, pontuações e espaços num ensopado virtual.

Chego sem pedir licença nem permissão, apenas por ocasião de. E vou tentando navegar o rio de sons e imagens que corre dentro de mim, fluindo por entre tempos, brechas, sustos e sopros, numa espiral rumo a uma galáxia distante cujo centro está no meio do peito.

Obscuro? Não, apenas um arroubo poético, quase patético, para afinar o tom. Quem quiser ler, quiçá. Qui sait? Não prometo assiduidade, simpatia ou samba-no-pé. Apenas expressão de desejos literários: ler, ter, vários. A quem abrir esta página, um pedido: se gostar, comente e recomende; se não gostar, poetize.


Vicente Saldanha

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Alice

Alice estava sentada num banco do campus, à sombra de uma árvore, lendo um romance. Aproveitava uma aula de psicologia infantil que não acontecera e foi botar a leitura por prazer em dia. Visualizava as descrições de lugares e paisagens e deliciava-se com os diálogos espirituosos.

Alice quase não notou quando um coelho branco apareceu por perto, usando um casaco e mexendo o nariz. Mas quando ele tirou do bolso um relógio, abriu-o e começou a resmungar, Oh não! Estou atrasado! Estou atrasado! ela não pôde deixar de perceber. Olhou para ele, intrigada, sem fechar o livro, e esperou que ele fosse dizer algo mais. Porém, quando ele lhe disse, agora mais alto e tocando no relógio, Depressa! Vamos lá! Estamos atrasados! Temos que ir! Alice apenas sorriu-lhe, complacente, e disse, vai você. Hoje não tô a fim. E voltou ao seu livro.

E o Coelho enfiou-se no primeiro buraco que encontrou.